13 de abril de 2018

Tudo o que foi dito e escrito até agora é apenas a ponta do iceberg. Desprotegida, aberta a todos os ventos e ao implacável impacto dos elementos- à corrosiva incidência da realidade sem qualquer emoção nem sentimento. 
Tudo o que foi mostrado até agora é apenas uma ínfima parte de tudo que para sempre estará subentendido e permanecerá adormecido nas entranhas do mais denso silêncio que guarda todos os segredos. Os mais preciosos pedaços de um todo solitário, discreto e eremita. Para sempre ausente e banido da luz da razão. Será apenas uma pegada nas velhas memórias dos sonhos por esculpir e dos desejos por realizar.
Tudo o que foi dito até agora já foi pensado antes de começar a ser despedaçado pelas amargas experiências de um passado sempre presente.. Distante mas tão à flor da pele, quase cortante.. E tudo sangra para dentro de um vazio que absorve as energias e deixa a respiração quase sem profundidade. Como naquele momento quando tudo deixou de existir, por um momento, mas tão eterno que nem a breve alegria o consegue apagar do semblante daquela noite mais indesejada. Vestida com sal das pesadas lágrimas que aligeiravam a dor e entorpeciam o pensamento. Cicatrizavam por instante a ferida que expunha o delicado desejo de seguir em frente.
Tudo o que foi lido até agora é só um degrau, o primeiro de muitos, que vais precisar de subir até conseguires dar um gole de alegria pura. Revigorante. Desintoxicante para qualquer melancolia que ainda cristaliza o teu olhar naquele ponto quase invisível do horizonte..
Porque nada é tão próximo do qualquer fim como um novo início, ainda por pensar, por descobrir e por viver..
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(Denis Getman)


2 de abril de 2018

Coragem? É ser fiel à sua própria essência. Projetos de futuro? É não desperdicar momentos do presente. Coleccionar pequenas alegrias e grandes amigos. Descartar tristezas que sugam energias e amargam o sorriso. Ser fiel? Sempre. Mesmo quando a inflexibilidade pareça a única solução para um ego que não deixa espaço para nada mais. Como o sei? Não sei, mas acredito, porque o coração pede quando o silêncio estende o seu manto sobre o ruído do pensamento. E lá vou eu, sem uma única certeza mas com uma mão cheia de fé no amor, na amizade e no discernimento. Devagar a divagar para mim mesmo e a transbordar fronteiras de mim mesmo. E as consequências? Claro que sim, amigos meus, sem elas nem valia a pena dar um passo, fosse qual fosse a direção.
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(Denis Getman)