30 de agosto de 2017

-Sabes uma coisa?!!! (os seus olhos brilham)
-Não.. (sem emoção)
-Então sabes outra coisa?
-Talvez..
-É por seres mais velho?!!! (a insistir curioso)
-Não sei, pode ser que sim..
-E não te pesa?! Saber tanto..
-Hummm, as vezes.. (pensativo e de olhar mergulhado no horizonte)
-Então, é por isso que nunca andas atrás das borboletas e quando me vez a correr pela colina abaixo, dizes para eu abrandar?
-Eu faço isso? Não me lembro de ter feito tal coisa.
-Sim, e quando corro descalço pelos campos cheios de flores..
-Mas tu não sabes o que eu sei, e o que sei pode ser muito sério..
-Os adultos são sempre tão sérios.. Não se cansam de viver assim, sempre sérios, tristes?!
-Não somos tristes, apenas vividos, só isso..
-Vividos?!.. Hummm (fechou os olhos e levantou o nariz para sentir a leve brisa perfumada pelas ondas do mar)
-Sim, quando o caminho já não é novo e os pés não sentem a mesma alegria..
-Eu gosto de montar as borboletas!!! Elas levam-me para qualquer lado num piscar de olhos!
-Por isso é que foste criado uma criança. Para aprenderes a caminhar... caminhando. Não poderás andar o tempo todo em cima das borboletas..
-Não?!!!
-Não. Quando fores adulto, terás de caminhar por ti. A vida assim o quer. Mas quando lá chegares, já sabes tanta coisa que nenhuma borboleta te aguenta nas suas leves asas de seda.Nem tu queres voar de uma lado para outro. É quando encontras o teu lugar... e ficas!
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(Denis Getman)





28 de agosto de 2017

Vem criar a nossa dança,
entrelaçar desejos,
intercalar vontades,
fundir os sentidos,
sorver o "agora",
beber do abundante momento do presente.
Vamos abdicar do visual
e absorvê-lo através dos sentimentos.
Vamos entregar-nos ao mais belo ato de prazer
e desfrutar do seu efeito..
..no movimento das nossas Almas..

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(Denis Getman)



15 de agosto de 2017

Abri os olhos puxando as cortinas de uma alma 
que da realidade tão intensa 
não quer ficar queimada.
Lavei o meu corpo e perfumei o pensamento 
para não sufocar de tanto sofrimento.
Saí à rua e vi uma criança,
os seus olhos cor de mel sorriam para o céu
e lá no fundo vi a sua alma,
pura como cristal e destapada como felicidade.
Senti um frio, depois um arrepio
e fiz de mim um som de alegria.
E percorri memórias de tempos que se foram.
E tempos que se aproximam..
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(Denis Getman)